O termo “Sobrepopulação” é usado quando, ao observar uma espécie, percebe-se que ela aumentou drasticamente em um curto periodo de tempo a ponto de causar um desequilíbrio no ecossistema.
História do crescimento populacional
Observando alguns estudos de estimativa da raça humana, podemos notar esse fenômeno. Os humanos viviam em um equilíbrio populacional até os anos 1000, com menos de 500 milhões de indivíduos. A partir daí o crescimento foi contínuo porém não acelerado, chegando a uma população estimada de mil milhões, nos anos 1800.
Entre 1800 e 2010, ocorreu um aumento exorbitante na população mundial, consequência das melhorias científicas (tecnologia e medicina), da qualidade de vida e das revoluções industriais. Todo esse desenvolvimento veio com um preço que ninguém esperava – a degradação do meio ambiente – ou seja, todo o processo de descobertas e implementação da chamada “evolução do homem” causou grandes impactos à natureza: a extinção de espécies, epidemias, mudanças climáticas, poluição atmosférica, desequilíbrio de ecossistemas, diminuição de recursos naturais, aumento de locais contaminados por resíduos produzidos por humanos, entre outros.
Dados recentes sobre os estudos para perspectiva da população mundial das Nações Unidas revelam que o planeta abriga cerca de 7,7 mil milhões de habitantes. As Nações Unidas também estimam que a população humana chegará até 11,2 mil milhões até 2100. Segundo a ONU, o maior aumento populacional na próxima década ocorrerá na Índia, que deve ultrapassar a China em número de habitantes por volta de 2027.
Neste momento, a África subsariana é a região com mais rápido crescimento de população e tende a aumentar. Muitas das populações que mais crescem estão nos países mais pobres e subdesenvolvidos, onde o crescimento populacional traz desafios adicionais. Estes desafios incluem a luta para erradicar a pobreza, combater a fome e a desnutrição; maior igualdade; e melhoria da saúde e educação. Alguns países estão mais saturados que os outros e algumas cidades mais que as outras, mas quem está a sofrer directamente com esse “aperto” é o ambiente, pois, quanto maior o número de pessoas, maior a necessidade do uso dos recursos naturais.
Angola tem uma das mais maiores taxas de crescimento populacional do mundo que é de 3.1% ao ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.
Desafios
A elevada taxa de natalidade que se regista nos países desta região do continente representa um enorme desafio para os seus governos, pois junta-se a este indicador demográfico a falta de infra-estrutura adequada, serviços de saúde, acesso a hospitais, educação e emprego. Isto tem agravado a situação deplorável das famílias favorecendo a proliferação da fome no continente, pois os índices de pobreza e insegurança alimentar também acompanham o ritmo acelerado do aumento da população e os governos não têm apresentado políticas concretas viradas a natalidade e ao bem-estar social. Entretanto, estudos revelam que a natalidade diminui à medida que a educação, a saúde e o emprego aumentam.
Segundo ambientalistas, actualmente, podemos considerar que o uso indevido dos recursos naturais supera 50% da capacidade que a natureza tem para reposição.Ou controlamos urgentemente esse desperdício de recursos naturais e poupamos a natureza; ou as previsões para as gerações futuras não são nada boas. Daqui a duas décadas, segundo estudiosos, no ritmo que estamos a evoluir, será preciso “encontrar” um segundo planeta Terra para dar conta às necessidades da população, porque os outros planetas do sistema solar são inóspitos.
Um exemplo, são os filmes de Hollywood que costumamos ver, em que a população luta para sobreviver sem recursos suficientes e como se o fim do mundo tivesse chegado.
Podem parecer previsões exageradas e situações muito longe de acontecer, mas se pensar um bocadinho, os anos passam muito mais rápido do que podemos imaginar e os impactos que temos causado já começam a ser notáveis. A verdade crua e nua é que o poder de economia mundial foi crescendo, a tecnologia evoluindo, o homem com maior poder aquisitivo o que tornou as pessoas cada vez mais consumistas e a população cresceu descontroladamente. Todo esse processo aconteceu sem previsões e sem receio de que pagaríamos caro em algum momento por esse abuso devastador do ambiente.
É estimado que num futuro próximo, haverá cerca de 2 mil milhões de possíveis proprietários de veículos no mundo, e isto irá exacerbar os problemas actuais de poluição.
Enquanto controlar o crescimento populacional não for a nossa maior prioridade e as cimeiras ambientais continuarem a ignorar o facto de que a população mundial aumenta cerca de 70 milhões de pessoas todos os anos, ou seja, 190 mil por dia – estaremos a travar um combate sem tréguas, sem medidas apropriadas de protecção ambiental e continuaremos a improvisar soluções fictícias para problemas reais.
Relembrar que, a sobrepopulação não é o enredo de uma história contada nas artes cênicas, é um problema real que pode resultar em sérios problemas num futuro muito mais próximo do que imaginamos.
Um ponto fundamental para que o aumento de pessoas no mundo não se transforme em um grande “pesadelo”:
Transicionar adequadamente para um sistema económico que favoreça o desenvolvimento sustentável e que ele seja ligado principalmente à preservação do meio ambiente.
Esperemos que não seja tarde demais e que o mal possa ser remediado, mas é preciso alertar a população, que por sinal, é a principal vilã dos problemas ambientais. Sabemos que este é um momento importante e que essa grande população mundial, deve fazer a sua parte.
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Colaborador voluntário da EcoAngola e estudante de Finanças na Universidade Central de Economia e Finanças de Pequim