A poluição dos plásticos nos oceanos e nos solos já é uma realidade bastante conhecida e muitos de nós já estão conscientes de como os plásticos afectam a vida marinha e até a saúde pública.
Foi publicado esta semana um estudo científico pela revista “Science”, avaliando vários cenários sobre o aumento dos plásticos nos oceanos durante os próximos anos. Foi estimado que a quantidade de plásticos nos oceanos irá triplicar até 2040 se nada for feito urgentemente. Ou seja, de 2020 a 2040, o crescimento irá passar de 11 milhões de toneladas para 29 milhões de toneladas, com um acúmulo de 600 milhões de toneladas, porque o plástico não se biodegrada, mas desfaz-se até atingir o tamanho microscópico e assim são determinados como microplásticos (mais pequenos que um grão de areia).
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Outro estudo estima que por ano cada cidadão consome pelo menos 121 mil micropartículas de plástico, através da água e até do ar que respiramos.
Este problema já existia, era conhecido mas também negligenciado; a COVID-19 apenas apresentou desafios adicionais a esta crise, pois o consumo de plásticos aumentou dramaticamente durante a pandemia, de acordo com a Associação Internacional de Resíduos sólidos. Por exemplo, o uso de luvas de latex, mascaras cirúrgicas e outros meios de protecção, são apenas utilizados uma vez e descartados.
É importante lembrar que nacionalmente não temos meios de tratamento adequados para todo este material, e também a própria situação da gestão de resíduos que já é conhecida e precária.
[Ver também: O COVID-19 e a deficiência de saneamento básico em Angola: uma abordagem sobre os resíduos hospitalares | O Problema da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos em Angola]
O mesmo estudo também diz que mundialmente já temos pelo menos até 80% de tecnologias que podem ser utilizadas para combatermos a poluição plástica. A aplicação destas alternativas depende maioritariamente das pessoas com poder de decisão, e claro, também dos cidadãos, e esta mudança precisa de acontecer JÁ!
Precisamos urgentemente de começar a tomar decisões mais conscientes, mudar para a economica circular em vez da linear e aplicar os 5 R’s da sustentabilidade:
- Repensar
- Recusar
- Reduzir
- Reutilizar
- Reciclar
[Ver também: Campanha contra os plásticos]