EcoAngola

Destruição de ecossistemas naturais e consequente perda de Biodiversidade

Biodiversidade em um sentido abrangente pode ser entendida como o número, abundância, composição, distribuição espacial de espécies, populações e tipos funcionais em um dado ecossistema.  Ecossistemas são os sistemas de manutenção da vida no planeta. Biodiversidade e ecossistemas produzem uma variedade de benefícios para pessoas que deles dependem, incluindo água para o consumo, solos férteis para o plantio, plantas medicinais, regulação do clima, valores estéticos e culturais, etc.

Angola tem uma variedade de ecossistemas naturais, considerados transicionais entre os principais biomas africanos, que vão desde florestas primárias como a floresta do Maiombe, savanas abertas e fechadas,  a zona de escarpa e deserto árido como o deserto do Namibe. Esta variedade de ecossistemas, favorece uma fauna e flora diversa, incluindo muitas espécies endémicas e/ou únicas um pouco por todo o país. Alguns destes ecossistemas integram zonas de endemismo (ex.: Morro do Moco, a Serra da Neve e a floresta do Kumbira) para muitas espécies de aves, répteis, anfíbios, plantas e outros grupos taxonómicos. Por isso Angola é ainda considerado um dos países mais diversos da região subsariana e uma zona transicional entre o Centro e o Sul do Continente.

Não obstante esta riqueza florística e faunísta, nos variados ecossistemas, a perda da biodiversidade é uma realidade cada vez mais visível um pouco por todo país, devido a destruição de ecossitemas naturais, seja por acções antropogénicas (do homem) ou por efeitos da alterações climáticas.

Quais são as principais ameaças à destruição dos ecossistemas?

Dentre as principais ameaças à destruição dos ecossitemas e consequente perda da biodiversidade, destacam-se:

Abate de árvores. © Suzana Bandeira
As pythons, crocodilos e varanos estão entre os répteis mais caçados.

[Ver artigo: Queimadas: Calamidade ou Mito?]

Queimadas no Bié. © Suzana Bandeira

Alguns ecossistemas são relativamente mais sensíveis que outros, como as zonas húmidas e costeiras, e o impacto da destruição do habitat leva a um desequilíbrio do ecossistema e consequentemente das espécies a ele associado. Estudos recentes apontam que um dos motivos pelos quais não há inversão na tendência contínua da perda de biodiversidade e da degradação de ecossistemas à escala mundial reside no nosso conhecimento incompleto da complexidade da biodiversidade e das interações, quer entre os seus elementos, quer entre estes e o meio, bem como sobre o valor da biodiversidade para as gerações actuais e futuras.

De um modo geral, o Mundo precisa reconhecer que a perda de Biodiversidade e as mudanças nos ecossitemas induzidas por acções humans, não constituem apenas problemas ambientais, mas de desenvolvimento económico, social e de segurança. O futuro da humanidade, a preservação da Biodiversidade e dos ecossitemas naturais dependem de acções urgentes, para que as próximas gerações possam contemplar e beneficiar-se dos serviços que natureza continua a proporcionar.

Que acções podemos levar a cabo para reduzir os impactos da destruição dos ecossistemas sobre a Biodiversidade?

Referências

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Ministério do Ambiente ((MINAMB, 2016). Relatório sobre o Estado Actual da Biodiversidade. Unpublished report

https://firms.modaps.eosdis.nasa.gov

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