No dia 2 de Julho de 2021 foi realizado um debate universitário como parte das acções do projecto Angola sem Plástico, e no âmbito do protocolo que a EcoAngola tem com o ISPTEC, trabalhando com o Departamento de Ciências Sociais Aplicadas. Este encontro teve como tema “como reduzir o consumo de plásticos descartáveis em Angola” e contou com a participação de cerca de 60 alunos, dentre eles estavam estudantes do ISPTEC, da Universidade Agostinho Neto e da Universidade Óscar Ribas.
Para este debate, foi solicitado aos grupos que identificassem os actuais desafios em reduzir o uso de plásticos descartáveis e também que pensassem em soluções inovadoras para estes desafios, incluindo a criação de oportunidades de emprego de acordo com a realidade em Angola.
De um modo geral, os grupos identificaram a falta de consciência e responsabilidade social e ambiental como os maiores desafios, bem como a falta de infraestruturas adequadas para a recolha e tratamento de resíduos.
Quanto às soluções, várias ideias foram expostas pelos grupos, entre elas:
- A implementação de uma disciplina de educação ambiental no programa escolar desde o ensino de base a nível nacional;
- Maior envolvimento da comunicação social em criar e disseminar a eucação ambiental, particularmente programas televisivos educativos;
- Apostar na economia circular, através da criação de negócios. Por exemplo, produzindo bens feitos com material descartado, promovendo o artesanato, a produção de utensílios como vassouras, entre outro;
- Fabricar sacos de pano e vender sacos reutilizáveis em todos os estabelecimentos comerciais, ao mesmo tempo fazendo uma campanha de sensibilização para que haja aderência;
- Produzir blocos de construção com plástico reciclado, como já tem sido feito no Kénia;
- Apostar em desenvolver, implementar e fiscalizar políticas de responsabilização por danos ao ambiente;
- Investir em indústrias de bioplástico e outros materiais recicláveis alternativos;
- Melhorar, monitorar e manter a eficiência dos aterros sanitários;
- Implementar um sistema de esgotos com redes de contenção para evitar que os resíduos cheguem ao mar;
- Produzir energia com resíduos.
Houve uma grande diversidade de ideias e análises críticas sobre as soluções, particularmente face à realidade de políticas, fiscalização, consciência, situação social e económica do país.
Os grupos também tiveram de responder se concordavam ou não com a implementação de uma taxa na compra de sacos plásticos descartáveis em Angola – muitos defenderam que esta acção não seria viável tendo em conta a crise social e económica que se enfrenta e também devido ao índice de pobreza da população angolana. No entanto, também houve grupos que defenderam a iniciativa, pois obrigaria as pessoas a mudarem os seus hábitos de consumo.
Houve um momento de confraternização no final da actividade entre os professores, os estudantes, os voluntários da EcoAngola e os coordenadores do projecto.
Agradecemos ao Departamento de Ciências Sociais Aplicadas do ISPTEC e a SAUDABEL pelo apoio na realização deste evento.