O concurso PLASTICAMENTE ARTE, foi uma das actividades promovidas pelo Projecto Angola sem Plástico, financiado pela União Europeia e implementado em colaboração com a EcoAngola, para sensibilizar sobre o consumo responsável de plásticos descartáveis com foco nos sacos de plástico.
Este concurso teve como objectivo promover o consumo responsável e a reutilização dos plásticos de uso único, demonstrando alternativas para a transformação e valorização destes resíduos através da arte. O mesmo decorreu de 16 de Junho (início das candidaturas), à 31 de Julho (cerimónia de premiação), e também contou com uma exposição na Fundação Arte e Cultura que decorreu de 31 de Julho à 15 de Agosto de 2021.
Saiba agora um pouco mais sobre os artistas vencedores deste concurso
1o lugar: A catadora de lixo
Mariana Willian Kumenda, 22 anos.
Angolana descendente de Bakongos, Mariana é estudante de arquitetura e urbanismo.
Encontrou a paixão pela arte enquanto esforçava-se para ultrapassar as dificuldades na cadeira de desenho artístico do curso de arquitectura. Já com essa paixão, Mariana pretende capacitar-se ainda mais em artes plásticas, apostando também na reciclagem como base ou componente das suas obras.
Mariana consagrou-se vencedora do 1o lugar do PLASTICAMENTE ARTE, e pretende investir o valor do prémio em materiais de trabalho para a produção de mais obras, algumas ainda na vertente de reciclagem e sensibilização ambiental.
Mariana afirma: “A ligação que tenho com o ambiente é inquebrável. Sou a favor que o ser humano precisa de condições adequadas e saudáveis no seu dia a dia: ar com baixos índices de poluição, água sem presença de resíduos tóxicos para saciar a sede e higiene pessoal, uma cidade bonita, higienizada que garante uma boa qualidade de vida.”
2o lugar: A gestação do plástico
O 2o lugar foi conquistado por um trio de amigas artistas, nomeadamente Petra Almeida de 22 anos, Anita Sambanje de 22 anos e Kyara Figueiredo de 22 anos.
Petra é Angolana e estudante de Arquitectura, iniciou a jornada no mundo das artes com tenra idade, motivada por designers e desfiles de moda que via em programas televisivos. A artista tinha o sonho de ser estilista e não se cansava de desenhar, recebendo sempre o apoio da família O seu primeiro contacto com a pintura foi na adolescência e desde então que explora esse lado. Com o valor do prémio, a artista pretende investir em material e com eles desenvolver muitos projectos artísticos.
Quanto ao ambiente, a artista defende: “Sou parte dele, dependo dele e preservá-lo é uma necessidade vital.”
Anita é angolana e estudante de psicologia. Interessou-se pela arte ainda criança, através do desenho e pintura, onde foi experimentando novas técnicas e desenvolvendo habilidades artísticas com a prática. Com o valor do prémio, Anita pretende investir na sua arte e desenvolver diversos projectos artísticos de teor variado.
A artista defende:” Como ser vivo, faço parte do nosso ecossistema e faço tudo que está ao meu alcance para cuidar do sítio onde eu vivo. Como a reutilização de sacos de plástico, garrafas de vidro, entre outras acções.”
Kyara é angolana, estudante de arquitetura, e apreciadora de pintura desde criança, bastante incentivada pela mãe que sempre comprava livros de pintura para a artista, já que esta adorava desenhar e pintar. Com o valor do prémio, Kyara pretende investir na sua arte e pretende desenvolver também projectos de design gráfico.
A artista explica: “ Somos parte do ambiente e desde sempre que fui habituada a reciclar o que posso e diminuir o uso de embalagens e sacos de plástico.”
3o lugar: “Plástico o lixo do amanhã / Criança o futuro do amanhã”
Geraldo Ricardo, Gegé M’bakudi (nome artístico)
Gege M’bakudi, tem 21 anos, é angolano, Mukongo, artista freelancer e autodidata.
O artista diz ser difícil explicar os motivos que o levaram a entrar para a arte, pois desde o infantário que desenha, como se sempre soubesse que se tornaria o artista que é hoje. Com o valor do prémio, Gegé pretende investir na sua arte, tendo planos de produzir a sua primeira grande exposição.
Quanto ao ambiente, Gegé diz: “ Considero a minha ligação com o ambiente bastante saudável, pois desde sempre prestei atenção às indicações que ouvi durante a infância sobre como devemos controlar as nossas ações para não prejudicar o ambiente e na verdade eu sinto que consigo comunicar com ambiente que me envolve.”