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Avaliação Preliminar do Estado dos Mangais da Província de Luanda

Os mangais são ecossistemas naturais tropicais, compostos por espécies de plantas que toleram elevada concentração de salinidade, geralmente localizados em áreas costeiras (Flores-Verdugo et al. 2005). Os mangais também são considerados ecossistemas de transição entre o meio terrestre e aquático e compreendem florestas costeiras que se encontram em zonas tropicais e subtropicais.

Para a realização do presente estudo, foram visitadas três regiões de mangais nomeadamente: Benfica, Ramiros e Cacuaco. As mesmas foram escolhidas com base na disponibilidade de mangais na região costeira de Luanda, levando em consideração a acessibilidade e a representatividade das áreas em termos de diferentes condições ambientais e níveis de preservação.  

Foram identificadas uma variedade de espécies vegetais durante a avaliação, algumas destas espécies eram comuns em várias regiões, enquanto outras foram encontradas exclusivamente em áreas específicas. Registou-se a presença das seguintes espécies: Rhizophora mangle (mangue vermelho); Sesuvium portulacastrum (tapete verde); Sporobolus virginicus; Avicennia germinans (mangue preto); Rhizophora racemosa (mangue vermelho); Cyperus articulatus entre outras.

Com a avaliação visual do estado dos mangais, foi possível constatar várias situações preocupantes, foi observado uma intensa desflorestação dos mangues para obtenção de lenha e madeira (Cacuaco), encontrou-se grande quantidade de dejetos humanos próximo aos corpos d’água (Benfica), no Benfica notou-se elevado estado de degradação das espécies vegetais e por consequência das áreas habitacionais que lá existe, e uma grande quantidade de resíduos urbanos, maioritariamente plásticos, que formaram uma camada sobre a água impedindo assim com que os propágulos se fixem no solo, fazendo assim com que a reflorestação não ocorra de maneira natural.

É crucial a implementação de intervenções imediatas para a conservação e gestão adequada dos recursos das regiões de mangais, dada a elevada exposição a ameaças. Além disso, é imprescindível realizar estudos mais aprofundados sobre o estado real destas regiões, visando desenvolver estratégias de conservação mais eficazes.

Referências 

  1. Alves, T., & Sousa, C. (2007). Avaliação preliminar da vegetação costeira e dos mangais existentes na área proposta para o estabelecimento de áreas de conservação no arquipélago da ilha primária (1as) e secundárias (2as).
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    Flores-Verdugo, F. J., Agraz-Hernández, C. M., & Benítez-Pardo, D. (2005). Creación y Restauración de Ecosistemas de Manglar: Principios Básicos.
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