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Porquê ter uma Alimentação Sustentável e como?

O Dia Mundial da Alimentação, que é celebrado no dia 16 de Outubro, implica a reflexão dos nossos modos de alimentação e também dos métodos de produção agrícola.

A sustentabilidade resume-se na capacidade de aproveitar ao máximo os recursos naturais disponíveis, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de fazerem o mesmo; ao mesmo tempo, prende-se também com a adopção de práticas que não prejudiquem o ambiente. Assim sendo, a alimentação sustentável é aquela que prima pela racionalização dos alimentos e aproveitamento máximo dos mesmos, tendo em conta a sua origem e produção, questionando se os processos de produção alimentar são sustentáveis e se respeitam o ambiente.

Mais do que garantir a segurança alimentar, a alimentação sustentável é um combate directo ao desperdício e às mudanças climáticas. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, anualmente, cerca de 1.300 milhões de toneladas de alimentos são depositados no lixo, agravando ainda sobre o actual cenário de fome e subnutrição mundial.

Este alimento desperdiçado, que poderia ser consumido ou transformado em adubo, é responsável por gerar de 8% a 10% de todas as emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem. 

FAO

A alimentação sustentável propõe então o aproveitamento de todas as partes dos alimentos que normalmente são desperdiçadas, prima por processos de produção e transportes mais sustentáveis e, tem ainda em conta a forma de preparação e conservação dos próprios alimentos.

Assim, há várias atitudes que podemos adoptar para termos uma alimentação sustentável:

  • Reduzir o consumo de carne e peixe devido a elevada pegada ecológica da agropecuária (assunto já exposto pela Ecoangola);
  • Ao consumir carne e peixe, ter em conta as condições de criação do gado e da captura do peixe (a actividade pesqueira, por exemplo, muitas vezes não respeita a quota estabelecida por lei, nem tem atenção ao tamanho dos espaços da rede, capturando indiscriminadamente o peixe, maioritariamente não permitindo que os peixes pequenos cheguem à fase adulta e se reproduzam, reduzindo drasticamente a quantidade de peixe no mar e facilitando extinções em massa);
  • Consumo de produtos nacionais, locais e sazonais, pois não têm uma pegada ecológica tão grande em transporte e em métodos de conservação que emitem gases efeito de estufa;
  • Aproveitar ao máximo os alimentos, usando cascas, caules, sementes, folhas, talos, etc., em bolos, tortas, sopas, caldos, massas e muitas outras receitas;
  • Redução de produtos embalados, isto porque normalmente são embalados em papel ou plástico (resíduo poluidor existente no mundo em escalas alarmantes); ao utilizar produtos embalados, deve-se reutilizar as embalagens e não as depositar no lixo comum; se possível optar por embalagens biodegradáveis;
  • Atenção aos hábitos de confecção, onde pode-se aproveitar a água em que se cozeu um alimento, para cozer outro, ou evitar cozinhar demais os alimentos e optar por receitas fáceis e práticas que não necessitem muito tempo e por isso consumam menos gás e produzam menos calor;
  • Ter uma pequena horta em casa – pode-se fazer uma horta em vasos, se o espaço for pequeno; Isto reduz a necessidade de comprar todos os alimentos consumidos em casa, garante um maior controle da qualidade dos alimentos visto que se escolhe a adubação, rega e controle de pragas. Propicía também um ambiente mais saudável, já que as plantas contribuem para a limpeza do ar; 
Exemplo de uma mini-horta caseira.
  • Valorizar produtos orgânicos que passam por uma escala de produção sustentável em todas as suas etapas, reduzindo ao máximo os danos ao ambiente;
  • Planear as compras, fazendo sempre uma lista, evitando comprar a mais e desnecessariamente;
  • Planear as refeições da semana com antecedência para uma melhor gestão dos alimentos;
  • Ter atenção ao prazo de validade dos produtos que se compra, para evitar que sejam descartados sem terem sido consumidos;
  • Fazer compostagem: para além de aproveitar os restos de comida, garante uma adubação natural e eficaz da horta, o que por sua vez torna os alimentos mais saudáveis e evita a poluição;

Processo da compostagem.
Exemplo de alimentos fundamentais na dieta mediterrânica.

É de ressaltar que é necessário um senso de responsabilidade ambiental para se seguir uma dieta realmente sustentável. Ficam algumas dicas de como utilizar os restos de alimentos:

Doce de casca de banana.
Cascas de batata, fritas,

Considerar tudo aquilo que envolve a nossa alimentação é muito importante, pois temos de ter em conta o alimento em si, e também todo o processo de produção do mesmo. Este último aspecto é fundamental, pois todas as etapas de produção têm impacto ambiental e é nosso dever agir activamente para diminuir a nossa pegada ecológica e preservarmos os recursos finitos do planeta.

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