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Três Novas Espécies Descobertas em Angola

Lygodactylus baptistai (Osga-anã-de-Baptista).

Angola acabou de ganhar mais três novas espécies para a ciência e uma nova para o país.

As Lygodactylus são um grupo de pequenas osgas diurnas (apelidadas de osgas-anãs). Foram então descobertas a Osga-anã-de-Baptista (Lygodactylus baptistai), descrita do Inselberg da Serra da Neve, na província do Namibe, a Osga-anã-Nhanheca (Lygodactylus nyaneka), em honra do grupo  etnolinguístico Nhaneca-Humbe / Nyaneka-Nkhumbi do sudoeste de Angola, onde a espécie ocorre e também a Osga-anã-Quioca (Lygodactylus tchokwe), com toda a descrição feita com base em material histórico das coleções do museu do Dundo. Um facto interessante sobre a Osga-anã-Quioca é que à semelhança da L. nyaneka, o nome tchokwe teve como objectivo homenagear o grupo etnolinguístico  Quioco / Tchokwe da região das Lundas, onde a espécie ocorre.

Osga-anã-Nhanheca (Lygodactylus nyaneka)

Também foi feito o primeiro registo da Osga-anã-de-Lawrence (Lygodactylus lawrencei) em Angola, entretanto esta não é uma espécie nova para a ciência mas é nova para o país. Era apenas conhecida no Noroeste da Namíbia.

Este trabalho tem especial relevância uma vez que uma das espécies aqui descrita teve como base o material do Museu do Dundo em Angola, que por muitos anos se julgou que a suas coleções se encontravam destruídas/perdidas. Não só as suas coleções estão em bom estado, como continuam a contribuir para o conhecimento do mundo vivo.

Osga-anã-de-Lawrence (Lygodactylus lawrencei )

Este é um exemplo do papel fundamental que os museus de história natural e as suas coleções têm para oferecer à sociedade não só científica, mas também cultural e civil. É um recurso que todos nós devemos valorizar.

Este trabalho investigativo foi realizado em estreita colaboração com o Ministério do Ambiente de Angola – Instituto Nacional para Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC) e foi publicado por uma equipa diversificada de biólogos e investigadores angolanos, portugueses e norte-americanos,

A equipa foi liderada por Mariana Marques, Mestre em Biologia da Conservação, curadora assistente da Colecção de Anfíbios e Répteis do Museu Nacional de História Natural e da Ciência em Lisboa (MUNHAC) e Colaboradora externa do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).

Integrou várias expedições em África, nomeadamente em São Tomé & Príncipe e Angola e centra a sua investigação na análise dos processos evolutivos responsáveis pela distribuição e diversidade dos anfíbios e répteis do sudoeste de África, com especial enfoque no sudoeste de Angola e noroeste da Namíbia. Publicou o primeiro Atlas dos Anfíbios e Répteis de Angola, e é autora de várias descrições de novas espécies até então desconhecidas para a ciência.

Também participou Luís Ceríaco, investigador e curador, Suzana Bandeira, Bióloga ambientalista, investigadora e professora, entre outros investigadores.

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